quarta-feira, 11 de junho de 2008

Estratégias de Comunicação

Vivemos numa sociedade altamente concorrencial, portanto todo o tipo de estratégias de comunicação são utilizadas para não se ficar para trás.
Uma estratégia de comunicação pode ter varias formas, e quando chega aos jornalistas não é um acto inocente e tem sempre uma intenção, um objectivo a atingir.
Tudo o que se pode ou não dizer, as manipulações, marketing político, mentiras, como resolver os problemas em situações de crise, fugas de informação.
A série “Os homens do presidente”, mostra como se reage as intensas situações que surgem e que tem que se resolver, sempre da maneira mais rápida e concisa.
Todas as estratégias envolvem tudo, ou seja, vale tudo.
Quando surge uma crise, tem que se estar preparado para a resolver. Quando a comunicação social ou o publico põe em causa a imagem de uma empresa ou de alguém muito importante, como por exemplo no episodio nº 13 da série de “Os Homens do Presidente”, em que se fala do passado de Leo, que envolvia álcool e drogas e também na doença do presidente Bartlet.
A forma de resolver esta crise, é ser-se mais rápido que a Internet, a comunicação social e principalmente ser sincero, fazer uma conferencia onde revela o seu passado e que esteve numa clínica de reabilitação e mesmo assim corre riscos, porque omitiu estes factos. Afinal Leo tem um cargo importantíssimo no país e é o braço direito do presidente dos E.U.A., e tem passado de álcool e drogas? Será que vai recuperar a confiança do público? Ou ainda vai reforçar a sua posição, pela sua honestidade perante todos?
O mais importante de uma comunicação de crise, é um porta-voz, que dê a cara pela a empresa ou alguém, que seja o elo de ligação entre o público e comunicação social. Tem que conferir credibilidade, veracidade, tudo tem que parecer controlado com rigor e exactidão.
Uma crise não se pode controlar, pode surgir em qualquer altura e tem que se estar preparado. Mas por vezes a crise pode desviar a atenção da opinião pública, criar manobras de diversão, criar outros factos, que são cortinas de fumo que são o reverso da comunicação de crise. O espaço mediático é brutalmente disputado pela comunicação social e quando se necessita ocupar os jornalistas criam-se manobras, pseudo-acontecimentos, conceito este que foi criado por Daniel Boorstin e que consiste em ser criados e pensados para os media, funciona como uma auto promoção, e sempre na esperança que os jornalistas noticiem e transmitam esta mensagem. O que não deixa de ser uma falsa realidade, uma manipulação, em que tudo é pensado, ate os horários das conferências, criando um chamariz. Como os pseudo-acontecimentos, temos as fugas de informação, e que é dos processos mais utilizados na transmissão de informação por parte das fontes oficiais. É um instrumento privilegiado da comunicação politica que significa dar um exclusivo a 1 pessoa, por antecipação. A fuga de informação é uma técnica do pseudo-acontecimentos e cria-se uma dinâmica de expectativa.
É uma técnica ambígua, que envolve confidência e intriga em que se cria um falso clima de confiança entra jornalistas e fontes. O “off record” é muito importante nestes casos de fugas manipuladas.
O marketing político é uma área que existe mais perigo de manipulação, mais complexo. Quando se quer ganhar uma eleição tem que existir marketing político. As sondagens, estudos de opinião, focus group, tem que se saber o que o publico pensa.
Por vezes, na política vale tudo porque a politica é temporária, precária e condiciona as nossas vidas. A luta pelo poder politico é terrível, e não se ganha sem uma estratégia muito bem defendida. No marketing político tudo é pensado ao pormenor, envolve um marketing directo, assessoria de imprensa, relações públicas, entrevistas, declarações programadas, fugas, exclusivos, soundbite.
O soundbite é muito importante porque é a forma de manipulação da opinião mais simples e eficaz, funciona como um slogan, que atinge directamente a opinião pública.
No filme “Boris”, que é baseado em factos reais, em que contratam uma equipa de consultores para que Boris Ieltsin ganhe as eleições, visto que esta com maus resultados políticos. Utilizam o focus group, soundbite, campanha negativa e tudo isto para que o Boris Ieltsin. Tudo é feito sob a maior segredo, ninguém pode saber, simulam sondagem e grupos para aumentar os votos, mudar a imagem do presidente, referir os aspectos negativos dos outros candidatos para criar uma oportunidade para ele, ou seja, evidenciado os maus aspectos dos outros ele fica em vantagem (campanha negativa).
Outras estratégias utilizadas são as manobras de diversão que são criadas para desviar a atenção de uma situação realmente grave como perca de pontos, ou algum caso extraconjugal.
No filme “Manobras na Casa Branca”, que é pura ficção e onde tudo é levado ao extremo, utilizam o Spin Doctor, que não é fácil de caracterizar, por causa do secretismo, pela função que desempenha que não é regulamentada, mas serve para realizar uma série de tarefas, determinadas funções, resulta em marketing politica. O que faz essencialmente é influenciar, manipular a opinião pública, altera e constrói uma possível opinião, inventa ideias/imagens. E trabalham nos bastidores, ninguém os reconhece e o que faz mesmo é manipular a realidade, para que se pense que é verdade, onde tudo é manipulado e mesmo utilizando meios não muito legais.
E este filme mostra de uma maneira o que um Spin Doctor faz é desviar as atenções da verdadeira realidade, criando outra realidade que é falsa, mas resulta. Apesar do filme ridicularizar muito a situação, visto que é impossível isto acontecer com umas proporções tão grandes e que ninguém descobriria.
Afinal isto tudo é estratégia.
Desde de a manipulação da realidade, que se utiliza na opinião pública, alcançar o poder através de eleições, sondagens, sabotagem dos adversários.
Karl Kove é considerado Spin Doctor, mas não é fácil de caracterizar porque ninguém se assume e é mais considerado um conselheiro e que nunca assume a autoria, daquilo que faz.

Ele é um dos grandes mistérios da política americana.